Na obra "Sobre a Violência", Hannah Arendt aborda a violência apresentando como "pano de fundo" de suas reflexões as situações ocorridas no século XX, ressaltando a importância do desenvolvimento tecnológico no contexto das guerras, chegando mesmo a afirmar que estas perderam sua eficácia e até mesmo o seu "fascínio". No entanto, considera que a única justificativa para a guerra ainda existir nos dias atuais é o fato de que ainda não apareceu outra forma de resolução dos "negócios internacionais".
Ela contesta o posicionamento de pensadores como Wright Mills, para quem "toda política é uma luta pelo poder" e "a forma básica do poder é a violência". Tal pensamento que, refletia o de Max Weber que definia o Estado como o "domínio do homem pelo homem baseado nos meios da violência legítima, quer dizer, supostamente legítima", isto é, para eles, a violência seria a mais flagrante manifestação do poder (o domínio do homem sobre o homem, que exige a efetividade do comando). Ao contrário destes, a autora afirma ser a violência uma forma de implemento, um instrumento, não é sinônimo do poder, mas ao revés, é capaz de destruí-lo.