Brasil é o país que mais pirateia séries no mundo – e nenhum apocalipse aconteceu
Vocês sabiam que existe companhias especializadas em rastrear o download de torrents? Em alguns países – como a Alemanha – pirataria é algo bem sério podendo render cadeia e multas, fazendo com que os estúdios e as gravadoras gastem seu precioso tempo e dinheiro caçando pessoas que como eu e você vivem com o μTorrent aberto. Por outro lado, o serviço de VPNs para criptografar o seu tráfego de dados e mascarar o compartilhamento de arquivos é algo tão avançado quanto por lá.
Umas dessas firmas, a Excipio, rastreou entre o dia 1 de Janeiro e 24 de Dezembro do ano passado o download de diversas séries feitas por meio de torrents e outras redes P2P, e adivinhem só, chegaram a conclusão que o Brasil foi o país que mais baixou seriados, com 28,4 milhões downloads. Quase perdemos para a Rússia que ficou em segundo lugar com 28,1 milhões, e completando o ranking temos a Índia que ficou em um distante terceiro lugar com os seus 16 milhões de downloads. Pensando bem, enquanto escrevo isso aqui, notei uma curiosa relação entre ser subdesenvolvido e pirataria, mas relevemos.
Ao contrário do que as expectativas da indústria e os arautos da Propriedade Intelectual e dos Direitos Autorais tanto falavam, não houve nenhum apocalipse na indústria audiovisual brasileira por causa disso. Pelo contrário, a audiência da TV Paga vem crescendo, e o sucesso de serviços de streaming, como a Netflix, em nosso país é inegável. Isso se deve a um fato: a pressão criada pela concorrência pirata só vem melhorando ainda mais o mercado. Se antes acharíamos inimaginável vermos ao mesmo tempo que os Estados Unidos séries como Game of Thrones ou True Blood, e até mesmo com um atraso de apenas um dia, como foi feito com a nova temporada de 24 horas. Não só isso, como os canais estão atraindo os clientes através de serviços exclusivos e paralelos ao produto principal como o HBO GO. Até mesmo a própria Netflix oferece um catálogo maior no Brasil do que em países que levam o combate a pirataria a sério como a Alemanha.
Como em qualquer outro mercado, é óbvio que os produtores de conteúdo vão pedir desesperadamente para o governo impedir que uma concorrência mais barata os force a ter que procurar novas formas de ganhar dinheiro, reduzir gastos, e agradar os seus consumidores, mas caras, ninguém ganha uma briga contra a Internet.
(com informações do Tecnoblog)