Publicidade: uma força pela conservação?
- Escrito por Katja Grace
- Acessos: 275
Por Katja Grace
Estas duas visões parecem andar juntas frequentemente:
1.As pessoas estão consumindo mais do que deviam;
2.A indústria publicitária faz com que as pessoas queiram coisas que elas não iriam querer, piorando o problema.
O pensamento atrás do (1) é geralmente que o consumo requer recursos naturais, e esses recursos vão se esgotar. Disso se segue que o consumo menos intensivo de recursos naturais é melhor(*), ou seja, os ambientalistas preferem que você gaste seu dinheiro se inscrevendo em cursos de dança ou indo ao psicólogo do que comprando novas roupas ou lanchas, assumindo que os psicólogos e professores de dança não gastam toda a sua renda em roupas e lanchas.
Nota do tradutor: Eles também consideram que manter uma consultoria e uma escola de dança não gasta a mesma quantidade de recursos, quando na verdade acaba gastando muito mais que a produção altamente mecanizada de roupas.
Como a indústria publicitária faz as pessoas comprar coisas que elas não comprariam de outra forma? Uma prática que eles são comumente acusados são a de vender sonhos, ideias, identidades e atitudes junto com os produtos. Eles convencem você (em algum nível) que se você tiver determinado champagne toda sua vida poderia ser muito superior. Então você compra sob o sonho que você fez certo ao escolher o líquido borbulhante amarelo.
Mas isso não significa somente que eles estão vendendo para você um produto menos intensivo de recursos naturais? Os publicitários embalaram a bebida intensiva em recursos naturais com um adicional não-intensivo de recursos naturais – superioridade – e venderam a você os dois juntos.
Sim, pode ser que você tenha comprador uma bebida que de outra forma você não teria comprado. Mas no geral, essa troca parece provavelmente ser uma coisa boa pela perspectiva ambientalista: é difícil vender superioridade separadamente, mas o champagne superior é muito menos intensivo de recursos naturais por dinheiro que uma garrafa similar de uma bebida comum, e você estava indo gastar seu dinheiro em alguma coisa mesmo.
Se os publicitários podem manufaturar superioridade suficiente para milhares de pessoas com uma filmadora e alguns atores, isso é provavelmente uma escolha melhor do ponto de vista ambientalista para aqueles que valorizam mais a superioridade do que a maior parte das alternativas, como encomendar coisas da França. Meu palpite é que em geral, comprar ideias intangíveis junto com produtos intensivos de recursos é melhor para o meio ambiente do que as alternativas médias de compra que uma dada pessoa poderia fazer. Há, pelo que parece pouca razão para pensar que isso é pior.
Claro que isso não é a única forma que publicitários fazem as pessoas querer coisas que elas não iriam querer de outra forma. Algumas vezes eles criam coisas intangíveis falsas, então quando você tem o champagne ele não faz realmente você se sentir superior. Isso é um problema que acontece devido a pessoas desonestas em todos os setores. Há alguma razão para culpar os publicitários ao invés dos fraudadores?
Outra coisa que publicitários fazem é falar para você sobre coisa que você não teria pensado ou desejado de outra forma, ou lembrado você de coisas que você tenha se esquecido. Quando inovadores e empreendedores fazem isso nós celebramos. Há alguma diferença quando publicitários o fazem? Talvez o problema é que publicitários tendem a lembra-lo de produtos com uso intensivo de recursos, desejos materiais e outras coisas tangíveis mais frequentemente do que eles lembram você de gastar mais tempo com seu irmão, ou de meditar mais. Isso é algo que não faz sentido com a crítica de que eles vendem sonhos, mas talvez eles fazem um pouco de ambos.
Ou talvez eles tentem vender a você bens materiais para satisfazer desejos que você poderia preencher sem bens materiais? Por exemplo, recomendando novas roupas onde você poderia ter procurado a autoconfiança através da postura ou prática de falar em público ou fazer algo digno de respeito. Alguns desses efeitos parecem plausíveis, embora Eu duvide bastante.
No geral, parece que os publicitários provavelmente tem efeitos em ambas as direções. Não está claro para mim qual é mais forte. Mas na medida em que conseguem empacotar e vender sentimentos e identidades e outras coisas intangíveis, aqueles que se preocupam com o meio ambiente devem elogiá-los.
Notas
(*) Isso não é para sugerir que Eu acredito que a conservação de recursos naturais é particularmente importante, comparado com o uso adequado do tempo.
Katja Grace é filósofa, Transhumanista e escreve regularmente para a H+ Magazine e para o blog Meteuphoric.